“O Moçambique não é só um grupo: é uma família que resgata origens e espalha acolhimento”
- Diego Amaro de Almeida
- 2 de ago.
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No dia 28 de julho de 2025, um marco importante foi celebrado com o lançamento do livro “Resgatando as Origens: Os Passos, os Versos e os Costumes do Moçambique de Lorena”. O evento reuniu figuras essenciais da caminhada do grupo: Mestre Bira, Dona Guiomar e o professor Diego Amaro de Almeida.
Em falas emocionadas, ficou evidente que o Moçambique é mais do que uma expressão cultural — é uma família. Uma comunidade que, com seus passos e tambores, acolhe, resiste e transforma. Como lembrou um dos presentes: “Não importa a cor, o que importa é ser real. Temos que acolher a todos.”

A obra percorre o passado do grupo, revelando raízes que antecedem sua formação. O Moçambique de Lorena tem ligações com Campos Novos de Cunha, região onde viveram famílias que fugiram da escravidão e cultivaram práticas de fé e cultura. É dali que vêm as origens de Dona Guiomar e do Mestre Bira.
O grupo cresceu de forma discreta, bem local, mas sempre carregando grande significado. Com o tempo, alguns passaram a acreditar que o Moçambique era grande demais para permanecer restrito a Lorena. Foi assim que parte do grupo partiu para outros lugares, enquanto outra permaneceu na cidade, mantendo vivas as tradições.
Entre os relatos que o livro eterniza, destaca-se a história de Ícaro, um jovem mestre que encantava com seu sorriso largo e espírito acolhedor. Sua alegria era contagiante e sua presença, pacificadora. Ícaro partiu cedo demais, mas deixou uma marca profunda.
A publicação também registra quem são os que fazem o Moçambique acontecer no dia a dia — aqueles que, com dedicação e amor, mantêm a cultura viva. E por reconhecer o valor de cada história contada, os livros foram distribuídos gratuitamente. Afinal, todos devem ter acesso à memória e à cultura.

O projeto segue agora para as escolas e centros culturais da cidade. Serão realizadas rodas de conversa para que mais pessoas conheçam e reconheçam o Moçambique e sua importância. Porque só se valoriza o que se conhece.
Com esse livro, o Moçambique de São Benedito de Lorena reafirma que preservar a cultura é também um ato de amor — e um convite para seguirmos juntos, em passos firmes e de mãos dadas.
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